Segundo dia em Jeri: hora de subir no Buggy!

DSC03530Assim como a Duna do Por do Sol, a Pedra Furadas e as ruas de areia, buggys também são marca mais do que registrada de Jeri. É o barulho deles que se escuta por toda parte na vila. Não poderia ser diferente, pois haja habilidade pra tanta areia fofa assim!

São nos buggys que os visitantes realizam os dois principais passeios do entorno de Jeri: Rota Oeste, que percorre Mangue Seco, Velha Tatajuba (cidade soterrada), Vila Nova de Tatajuba e a Lagoa da Torta; e a Rota Leste, que percorre a Praia do Preá, a Lagoa Azul e a Lagoa Paraíso. Geralmente estes passeios duram das 9h da manhã até as 16h, quando os bugueiros retornam os visitantes as suas pousadas.

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Há muita oferta de passeios, por toda vila, em todas as esquinas . No entanto, não há grande variação de preços, geralmente entre R$ 140,00 a R$ 160,00 a ser compartilhado em 4 pessoas. A Pousada Ibiscus possui um bugueiro oficial, integrante da associação de bugueiros de Jericoacoara, o Fofão. Foi com ele que negociamos os passeios, e embarcamos para neste segundo dia para a Rota Oeste.

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O percurso começa em frente a Duna do Por do Sol e segue em direção a Camocim, município seguinte a Jijoca de Jericoacoara. Após alguns minutos curtindo o vento e o sol fortes, chegamos a um dos braços do mar, em Mangue Seco, importantes por hoje preservar 3 espécies de cavalo marinho. Neste projeto, em parceria com a ICMBio, uma associação de pescadores realiza um pequeno passeio de barco entre as raízes do mangue para explicar um pouco da história especial deste pequeno animal. São em torno de 20 minutos, e custa R$ 10,00 por pessoa. Não foi fácil localizar um cavalo marinho. Quando conseguem, os pescadores colocam-no numa bacia para que todos no barco possam ver de perto e tirar fotos. Confesso que a ideia de ver um cavalo marinho parece ser legal, mas a sensação de “caçar” o bichinho pra colocar numa bacia com água foi um pouco deprimente… não curti muito, gosto muito mais de bicho solto do que estas experiências.

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Em seguida atravessamos a balsa e entramos na área do município de Camocim. Contornamos este braço de água que desemboca no mar, numa cor azul inacreditável. Ainda mais impressionante eram as raízes amareladas das árvores de mangue por onde o buggy passava. Senti-me em cena de filme, desviando de raízes imensas, que brotavam de uma areia super branca, banhadas por uma água limpíssima… foi muito legal!

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De repente, subimos algumas dunas, e lá no alto avistou-se uma placa: Velha Tatajuba. Era esta a vila, que após sete anos de ventos soprando sem parar, na década de 80, acabou sendo soterrada pelas dunas do entorno. Naquele ponto alto há duas casinhas de vendas de água de coco e artesanato, e em cada um deles há um sobrevivente da antiga vila soterrada, relatando os acontecimentos. O relato traz a insistência da população em permanecer naquele lugar, mesmo com tantas dificuldades. Os moradores da Velha Tatajuba só desistiram de viver ali quando perceberam trabalhar o dia inteiro na remoção da areia, seja da frente da porta, e das paredes externas, quando da parte interna. Aos poucos não podiam mais abrir e fechar as portas, e assim procuraram moradias nas vilas do entorno. Os relatos incluem também a história de um navio que foi soterrado após entrar no braço do mar, e onde hoje está uma enorme duna. Dizem que é encantada, que a noite pode-se perceber o movimento de vultos, e que neste navio ainda há muita riqueza.

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O visual é belíssimo, do alto destas dunas podemos contemplar a imensidão do mar, e ao longe pode-se ver Jericoacoara. Os tons de azul da praia formam uma combinação perfeita com o verde dos coqueiros e das plantas rasteiras sobre a areia. No entanto há muita simplicidade, e uma estrutura ainda menor que Jeri. Ao lado destas dunas estabeleceu-se a Vila Nova de Tatajuba, vilarejo com poucas casas, todas muito simples, e uma réplica da igreja que foi completamente soterrada na vila velha.

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A esta altura do passeio, o calor era insuportável, e estávamos aguardando um contato com a água, para refrescar as costas desprotegidas no buggy (aliás, aqui ficam dicas importantes do que é indispensável numa viagem nesta latitude: boné ou chapéu, muito protetor solar inclusive labial, camiseta ou canga, e tudo que possa proteger seus pertences de sair voando!). Fofão nos levou então para a Lagoa da Torta, uma lagoa no entorno da Vila da Torta, com diversas barracas de frutos do mar, com redes e mesas dentro da água. Isso mesmo, dentro da água. A ideia parece interessante né? Mas na prática confesso que a ideia não vendeu muito bem, e não curti muito. Mas entramos no clima, comemos um camarão com uns acompanhamentos (os garçons trazem os peixes e camarões crus para que se possa escolher os tamanhos, depois eles colocam na grelha!).

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O retorno foi uma delícia, curtindo o vento na beira do mar, em praticamente todo o trecho até voltarmos a Duna do Por do Sol e a vila de Jeri. Aproveitamos uma pausa para uma ducha e tentamos voltar a Duna do Por do Sol para contemplar o espetáculo tão especial de Jeri,  mas nesta quarta-feira infelizmente o grande astro não deu o ar de sua graça ao final do dia, e se escondeu muito antes do céu se tornar alaranjado.

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A noite de quarta pedia uma boa tapioca, afinal estamos no nordeste, e tapioca é tudo de bom! Como sugestão do Ricardo (que agora descobri ser chef de cozinha!), fomos até a afastada casa de tapioca Shopping Tapioca – Tia Angelita. Esta casa fica na Rua Principal, porém bem no começo dela, bastante afastado da muvuca do centro da vila. Lá encontramos um cardápio com mais de 40 sabores de tapiocas, entre salgadas, mistas e doces. Começamos com tapiocas de carne seca e queijo, e depois fomos de tapioca de queijo com goiabada.  MARAVILHOSAS! Parece que a equipe da Ana Maria Braga visitou a casa da Tia Angelita para conhecer suas tapiocas, e divulgar essa delícia. Mas o Ricardo tinha alertado para outro item de destaque no cardápio: a torta de banana. Parecia algo simples, mas pasmem, é A TORTA DE BANANA! Bem baixinha, com uma massa bem macia, super leve, e sobre ela uma creme delicioso, que parecia ter baunilha, e então as fatias de bananas cobertas de canela. Nossa, uma sobremesa!

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Perguntei, por curiosidade, quem era a tia Angelita, já que as meninas que nos atenderam pareciam novas demais para serem chamadas de tia. Eis que surge uma voz por trás da porta que separava o ambiente de atendimento da casa da família: “Estou aqui fazendo mais uma torta de banana, tenho uma encomenda para daqui 45 minutos.”. Logo em seguida surge essa senhora muito simpática, toda vaidosa, que deve estar nos seus 75 anos de idade, que nos cumprimenta com beijos e abraços, senta em nossa mesa, pergunta o que achamos das tapiocas e da torta de banana, e em seguida se entrega contando todas as histórias da Jeri onde ela nasceu, cresceu e viu mudar. Que privilégio, que especial.

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Quando falei a Tia Angelita que no sábado bem cedo iríamos nos despedir de Jeri, e que eu estava pensando em passar na sexta final de tarde para pegar uns pedaços de torta de banana para a viagem, fui conquistada com a sua simpatia: “Não minha filha, vamos fazer o seguinte: eu faço a torta as 6h30 da manhã, assim você passa aqui em casa por volta das 7h30 para pegar seus pedaços bem fresquinhos. Basta bater palmas na frente da minha janela.” Pode? Apaixonei-me pela Tia Angelita, pela torta de banana e por Jeri… tudo simples assim!

2 comentários:

  1. ai uma tapiocaaaa hehehehe!!! adorei o post!!! bjoss

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  2. Olá, meu nome é Luísa e, gostei bastante das suas dicas, eu, vou a Jericoacoara dia 19 e gostaria de saber, como se contrata um buggueiro pra nos levar para os passeios, e se é difícil conseguir contato com eles, pois, falei com muitas empresas e até então estou achando os preços muito altos e vi em sua postagem que lhe cobraram apenas 140, então percebi que é mais em conta contratar o serviço em Jericoacoara mesmo.
    Aguardo sua resposta, :]

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