Mendoza: custou chegar, mas difícil foi voltar para casa!

clip_image002Peço desculpas por ainda não ter publicado a viagem de Buenos Aires (cheia de boas sugestões de restaurantes!), e nem mesmo ter terminado a série de posts do México, mas Mendoza não poderia esperar. A viagem foi M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A! Difícil mesmo foi voltar para casa.

Postarei esta aventura na terra dos belos vinhos e da Cordilheira dos Andes em 5 posts: (1) a viagem de Córdoba a Mendoza (INCRÍVEL), (2) a cidade de Mendoza, (3) as visitas às vinícolas e a degustação de vinhos (e que bons vinhos), (4) as surpreendentes refeições Mendocinas e os serviços de primeira qualidade e por fim falarei sobre o (5) passeio a Alta Montaña, onde passamos o frio do meio da Cordilheira dos Andes, a curtíssima distância da fronteira com a República do Chile, e do imponente Monte Aconcágua, com seus 6.962 metros (QUE EMOÇÃO!!).



clip_image004Bom, como já postado aqui, Mendoza foi uma daquelas viagens exploratórias sem muitas expectativas, pois foi escolhida em virtude das ofertas de milhagens que eu ainda tinha no Smiles. Para a semana de férias que tive, a única cidade onde eu conseguia encaixar ida e volta era para Córdoba. Mas fazer o que em Córdoba? É claro que há muita coisa linda por lá, certamente. Mas lembrei de umas VT’s (revista Viagem e Turismo) antigas que falavam de viagens de carro pela Argentina, Chile e Uruguai. Fui procurar a revista, e lá estava, o trecho de Córdoba para Mendoza! Bom, assim a viagem ia ficando mais atrativa, afinal adoramos um vinho, adoramos viajar, e o peso argentino mais convidativo, impossível! E tínhamos ainda a oportunidade de degustar tudo isso com um casal de amigos espetaculares, a Lu e o Fábio, apaixonados por bons vinhos e boa culinária (adoro nossos encontros gastronômicos!), que nos acompanharam em Mendoza. E havia uma vantagem: o Fábio é filho de chilenos, então adivinhem quem falou pra caramba nessa viagem???

Apesar de resgatado nas milhas, o vôo da Gol era bem interessante para quem é do sul do país. Fomos de Floripa a Porto Alegre no final da sexta-feira, e de lá realizamos uma conexão para Córdoba. Chegamos a Córdoba às 3h da manhã, num aeroporto pequeno, mas novinho e bem moderno, e fomos de táxi diretamente para o Aldea Hostel, um dos mais bem conceituados hostels de Córdoba. Não tivemos muita sorte, pois o recepcionista da madrugada não tinha muita habilidade no sistema de reservas, nem muito bom senso! Mesmo sendo 3h30, ele não foi capaz de apressar o check-in, e ficamos quase 30 min. aguardando pela definição do quarto! O Aldea Hostel fica muito bem localizado em Córdoba, que é a 2ª maior cidade da Argentina. Ele fica na Calle Santa Rosa, paralela a movimentada Av. Collón. Os ambientes são bem descontraídos, tudo muito colorido. No entanto havia aquele ar de falta de manutenção, precisando de uma reforma... Pagamos $140,00 pesos argentinos (aprox... R$ 65,00) por um quarto duplo com banheiro, tudo muuuito simples, mas as hospedagens em Córdoba são mais caras.

Na manhã do sábado fomos até nossa locadora de carros, a Driver’s Rent a Car para retirar nosso Corsa Sedan para encararmos a estrada de aprox... 600 km até Mendoza. Serviço muito bom, preço excelente, tudo reservado antecipadamente pela internet. Inclusive combinamos uma entrega estratégica no aeroporto para a madrugada do nosso retorno a Floripa, no final de semana seguinte, coisa que muitas locadoras não permitiriam. Sair de Córdoba foi relativamente fácil, pois a cada viagem que passa, nossa ‘especialização’ em mapas vai ficando cada vez mais profissional. Logo estávamos na Ruta 20. Passamos pelas cidades de Carlos Paz, e fomos em direção a Mina Clavero, e então entramos na região da Área Traslasierra. Começamos a subir, subir, e para trás ficaram diversos paradores (locais para aquela pausa da direção, cheios de opções de empanadas, com belas vistas para as montanhas). Depois de uma longa subida, descemos uma serra, e chegamos a um movimentado balneário (de rio), repleto de opções de hospedagem em cabanas, restaurantes com trutas e muitas fábricas artesanais de alfajores! Passamos pelas pequenas vilas de Las Rabonas, Los Hornillos, Los Pozos, Villa de Las Rosas (onde desfrutamos uma truta maravilhosa), Las Tapias e Villa Dolores.

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Bom, depois desse lugar lindo e delicioso, caímos num deserto. Isso mesmo, deserto. Foram quase 400 km de retas intermináveis até avistarmos algo que parecia a Cordilheira dos Andes, um silêncio impressionante, e pouquíssimos encontros com outros carros ou caminhões. Pessoas? Nenhuma. Cidades? Eu não enxerguei. Adivinhem o que aconteceu? Claro, chegamos à reserva do tanque de combustível, e nada de um posto. Aliás, não havia posto, não havia banheiro, não havia sequer um ‘kiosko’, como dizem os argentinos, para comprar uma água. Passamos por uma placa onde indicava a cidade de La Chañarienta em 40 km. Conseguiríamos chegar, o problema foi ao chegar ao trevo da cidade, que na verdade não era cidade. Não havia nada! :(

P1080442 Bom, continuamos nosso caminho a Encón (+ uns 80 km). Sabíamos que ate lá não chegaríamos, e nesse ponto já havíamos reduzido a velocidade da viagem de 140 km/h (aliás, que maravilha dirigir por estradas que não sabem bem o que significa uma chuva) para uns 100 km/h. Logo avistamos um rancho, num lugar tão seco e inóspito, que mal dava para acreditar que lá vivia alguém. E para nossa alegria vivia! Nesse momento eu já estava pedindo ‘Pelo amor de Deus', o senhor tem gasolina??? Dificuldades a parte para nos fazer entender entra espanhol e português, gasolina e nafta, conseguimos comprar 20 litros de ‘nafta’, a praticamente o mesmo preço de um posto de combustível ($ 4,10 pesos argentinos o litro). Como forma de agradecimento, presenteamos aquele senhor com ½ garrafa de vinho Torrontes que tivemos no almoço (junto com a truta). Só não lhe presentei com os chocolates que eu tinha comprado na loja de alfajores :), mas estava muuuuitíssimo grata por nos ter dado a oportunidade de chegar a Mendoza naquele sábado!

P1080452 A Lu e o Fábio já haviam chego em Mendoza na sexta a noite mesmo (eles foram de TAM), e estavam nos aguardando. O combinado era de chegarmos por volta das 18h do sábado. Acabamos chegando às 21h, mas chegamos bem. Ao avistarmos os primeiros pés de uva, os primeiros álamos, e ao vermos que o pôr-do-sol indicava uma alta montanha ao fundo, festejávamos buzinando pela rodovia: estávamos cada vez mais perto de Mendoza e da Cordilheira dos Andes. Bom, aí foi encontrar o hotel, fazer check-in novamente, tomar um banho... Um bom banho, porque a sensação era de poeira por tudo, encontrar a Lu e o Fábio, e começar nossa aventura pela região. Na primeira noite já tivemos um jantar excelente, num lugar maravilhoso, mas isso é assunto pra outro post!

Até lá!

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