Terceiro dia em Jeri… chegamos ao Paraíso!

DSC03609Reservamos o terceiro dia em Jeri para conhecer a Rota Leste: Praia do Preá, Lagoa Azul e Lagoa Paraíso. Como havíamos saído de Buggy com o Fofão no dia anterior, combinamos com ele mais este dia. Uma observação aqui: como os buggys podem levar até 4 pessoas, e pensando “dinheiristicamente”, estávamos buscando outras duas pessoas para compartilhar as despesas (este passeio custou R$ 140,00, começou as 9h e retornamos por volta das 17h). Acabamos conhecendo, na nossa pousada mesmo, duas pessoas muito queridas, a Paula e a Vanessa, que nos acompanharam nos dois dias de buggy, e com quem rimos muitos, tiramos muitas fotos, contamos muitas histórias, bebemos muitas caipiras, e até fumamos cigarros… a mãe e a Vanessa é claro, que curtiram a companhia uma da outra nessas horas também!

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Depois de sairmos da pousada, Fofão dirigiu pelas dunas, contornando os dois serrotes, até chegar na praia, e por ali seguiu até a Árvore da Preguiça. Olha ela aí que preguiçosa!

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Seguimos em direção a Praia do Preá, que mais parecia uma praia abandonada nessa época fora de temporada. Ao entrar na comunidade do Preá, continuamos pelas ruas de pedra até a altura para a Lagoa Azul… foram mais algumas dezenas de dunas até chegar a esta grande lagoa… porém não estava azul. O tempo não ajudou neste terceiro dia, o céu estava parcialmente nublado. Mesmo assim era possível ver como a água era clara. Em um dos cantos da lagoa haviam algumas barracas com restaurantes, lanchonetes, sorvetes, comércio, algumas mesas com cadeiras próximas da beira, e as famosas redes dentro da água. Um pouco melhor que a Lagoa da Torta, mas ainda não me conquistou…

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Ficamos tempo suficiente para nos refrescarmos na água, até que o céu passou de nublado para negro, anunciando uma chuva pesada que estava por vir. Neste momento pedimos para Fofão continuar o passeio e irmos para a Lagoa Paraíso. Pelas fotos que eu havia visto em diversos blogs, estava ansiosa para ver o lugar. Decidimos em conjunto com as meninas que nos acompanhavam o Restaurante do Paulo (que também é uma pousada) para passarmos a tarde. Precisávamos de um lugar com mais estrutura, já que a chuva estava vindo. Havia lido sobre este restaurante no site dos Destemperados, que gosto muito, além de outros blogs que descreviam relatos da região. Foi ali que encontrei a Jeri que eu estava procurando!

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O espaço do Restaurante do Paulo possui uma área bem arborizada, de frente para a Lagoa Paraíso, com um restaurante todo envidraçado e com diversos sombreiros na areia. Há ainda muitas espreguiçadeiras, diversas redes sob as árvores, e duas redes dentro da água, que neste caso combinavam completamente com o ambiente paradisíaco do lugar. Apesar de haver outras cabanas de praia ao longo de toda a lagoa como o Restaurante do Paulo, este fica numa das extremidades da Lagoa Paraíso, que é bem extensa, você tem pouco contato visual com as demais.

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Ali o tempo parou… tomamos algumas caipirinhas, enquanto a chuva caia com força. Aos poucos o vento típico dessa região se encarregou de limpar as nuvens, que aos poucos foram dando espaço ao azul do céu, e assim fez destacar-se os tons de azul da lagoa. Foi maravilhoso. Descemos para um dos sombreiros na beira da lagoa, tomamos mais algumas bebidinhas, até que a vontade de degustar mais alguma gastronomia de férias ditasse a hora de começar. Eu havia lido sobre os peixes e muquecas, então fomos de muqueca de peixe mesmo!

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Servida com farofa, pirão (apimentadíssimo, divino!), torradas e um arroz branco, a muqueca chegou esfumaçando, um cheirinho de curry de fundo, uma cor laranja lindíssima. Havia um sabor de leite de coco, e até amendoim. Mais do que especial, estava muito deliciosa mesmo. Neste momento eu já estava pensando em quando voltaria para ficar hospedada na Pousada do Paulo (diárias de R$ 120,00 a R$ 150,00 por casal com café da manhã, de frente para a Lagoa Paraíso)… deu tanta vontade que no dia seguinte, nosso último dia em Jeri, voltamos a Lagoa Paraíso, ao Restaurante do Paulo, para curtir mais um pouquinho desse paraíso. Porém o dia não ajudou nada… a chuva caiu, mas o vento estava fraco. Dessa vez fomos até a Lagoa Paraíso de D20, praticamente um pau de arara, a forma como as pessoas da região se deslocam entre Jeri e as comunidades do entorno. O custo por pessoa para cada trecho é de R$ 10,00, e há D20 indo e voltando o tempo todo, até umas 16h. Sugiro, porém, que você sempre tenha o telefone de um Dvinteiro (como eles se chamam!), pois se ele não puder te buscar, ele vai indicar quem ainda está na rota!

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Depois da tarde no Restaurante do Paulo, ao chegarmos em Jeri, fomos em direção a Duna do Por do Sol, para contemplar a despedida do grande astro. Incrível acompanhar uma multidão subir aquela duna gigante, ali do lado da vila, linda, estrategicamente virada para o mar e para o oeste, no caminho do trajeto tão especial do sol, num ritual que já faz parte de Jeri.

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Para esta noite, na companhia das nossas colegas de pousada, como sugestão da Paula que já havia provado e aprovado o lugar, fomos conhecer o Granola, uma pequena casa de sanduíches, wraps, crepes, todos bem saudáveis, com combinações naturais interessantes. Além disso, destaque para os sucos naturais (tomei um de maracujá, manga e abacaxi que amei!), as tigelas de açaí e os frozen yogurts! Tudo muito bem preparado, num ambiente que é uma gracinha, localizado na praça principal da vila, ao final da Rua Principal, bem na saída da praia, não tem como perder, e você nem deveria!

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Escolhemos um sanduíche e um wrap para dividirmos. O sanduíche era de frango com ricota, passas e cenoura num pão de forma que parecia bem caseirinho. Já o wrap era de tomate seco, peito de peru, alface, tomate, cenoura, e um pão de folha delicioso! Como tudo era bem saudável, eu tinha o direito de uma sobremesa saudável também… um frozen yogurt era tudo que eu queria, geladinho, azedinho, super refrescante!

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Para a nossa última noite, depois do repeteco na Lagoa Paraíso, voltamos para uma pequena pausa na pousada, arrumamos as malas para partirmos bem cedinho na manhã do dia seguinte, e então fomos para o centro da vila buscando mais uma experiência gastronômica agradável em Jeri. Na Rua Principal resolvemos parar e provar a cozinha do Restaurante Rústico e Acústico, bem próximo do Beco do Forró. Pedimos o prato da casa, um prato de camarões, palmito, molho branco e queijo, que vai ao forno para gratinar. Acompanhava um pirão de macaxeira e um arroz de coco com gengibre. Tudo muito bem preparado, repleto de sabor, delicioso. Além disso, o ambiente é um charme, todas as cadeiras e mesas são cobertas por trabalhos de crochet, coloridos, super charmosos, e garrafas de vidro usadas como luminárias pendentes. Ahhh, e no final, ganhamos um copo feito de chocolate com um mousse de limão delicioso… que agrado!

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Para voltar a Fortaleza, dessa vez precisávamos utilizar o serviço de uma Hilux, pois o horário do nosso vôo não permitia aguardar o ônibus de linha da Fretcar, mesma empresa de ônibus com o qual viemos para Jeri. Muitas empresas de turismo de Jeri oferecem o serviço de traslado até Fortaleza com Hilux, por ser potente nas dunas, e muito confortável para a viagem de mais de 4 horas. Geralmente um traslado como esse custa R$ 400,00 a R$ 450,00, e o ideal é compartilhar. Para isso, desde o dia que chegamos comunicamos a pousada e algumas empresas de turismo de que tínhamos interesse em um traslado especial para sábado de manhã e que procurávamos pessoas para compartilhar. Deixei meu celular e o telefone fixo da pousada para eventuais recados, e funcionou. No final fechamos por R$ 100,00 por pessoa, e ainda conseguimos pagar com cartão de crédito, o que é um luxo em Jeri.

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Às 13h estávamos no Aeroporto Pinto Martins nos preparando para nosso vôo para São Luís do Maranhão, segunda etapa da nossa viagem! Dissemos assim bye, bye a Jeri, e que venha o Maranhão!!

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Antes de começar este post estive pensando em algo bem, mas bem contraditório sobre Jeri (não eu que não soubesse disso, porque já havia lido em alguns blogs e revistas)… é uma vila, de apenas 4 ruas, localizada a uma distância razoável de dunas, e mais dunas até uma cidade mais estruturada, o que significa 1h30 sacolejando sem parar num veículo 4X4! Você deve estar se perguntando o porque do contraditório… O que mais me chamou a atenção, e que não combina de jeito nenhum com estas características de paraíso isolado do restante do mundo, é que o turismo é massivo em Jeri, infelizmente. Tanto na Pedra Furada quanto nos demais locais em que visitamos e que relatei em meus posts, tanto os estabelecimentos comerciais, como as práticas dos profissionais denunciam isso.

Ouvi muitos moradores locais mencionaram que a Jeri paradisíaca era a Jeri de uns 40 anos atrás, quando as pessoas só conseguiam chegar de jegue, e quando a energia elétrica era algo distante. Muitos outros lugares do entorno, pequenas praias ainda “em descobrimento” devem ser as próximas Jeri. Porém é uma pena que o descobrimento destes lugares leve a uma condição como essa. Como outros locais no Brasil falta investimento e respeito com o patrimônio natural… de todos os lados, tanto do turista como daqueles que os recebem.

É triste, mas é apenas um desabafo!

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