Primeiro dia em Jeri: recompensa em dose dupla!

DSC03422Foram poucas as horas de sono, mas nenhuma das duas (não havia mencionado, mas a expedição a Jericoacoara conta com a participação de mammys, uma super companheira de viagem!) aguentaram muito tempo na cama, ansiosas para andar pelas ruas de areia da vila de Jeri.

Apesar de estarmos em pleno inverno da região (o inverno aqui significa época de chuvas, que começa em janeiro e vai até junho), acordamos com um dia lindo de sol, e um calor de aproximadamente 30 graus Celsius. Num ambiente bem gostoso, florido e refrescante da Pousada Ibiscus (www.pousadaibiscus.com), onde estamos hospedadas, tomamos o primeiro café da manhã, com direito as frutas super doces do nordeste, sucos naturais de todas as frutas que raramente chegam ao sul e aquela tapioca feitinha na hora! Hummmm, como isso é bom.

Como estávamos entrando no clima da vila, e considerando que os passeios que geralmente são realizados no entorno de Jericoacoara saem bem no início do dia, resolvemos ficar pela vila, conhecer as suas 4 ruas e diversos becos, se familiarizar com o comércio local (o que significa pra mim buscar os lugares mais interessantes para as experiências gastronômicas!), e curtir a praia ali no final da Rua Principal, ao lado da famosa Duna do Por do Sol… simples assim.

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Como estamos em baixa temporada, a vila está mais tranquila, porém algumas opções de serviços não estão disponíveis visto que alguns empresários decidem por férias nesta época do ano. Pra nós foi mais fácil conseguir um belo guarda-sol com cadeiras de frente para o mar, água de coco a preço de água mineral (aqui todas as bebidas na praia custam R$ 3,00) e um final de manhã cuja única preocupação era relaxar. Chato né?

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A opção de almoço foi ali mesmo, na beira da praia, no Restaurante Wine Bar da My Blue Hotel (antigo Mosquito Blue Hotel), com suas mesas e cadeiras sob as árvores.

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O objetivo da primeira tarde era caminhar até a Pedra Furada, um dos mais conhecidos cartões postais de Jericoacoara. Haviam muitos comentários entre os demais hóspedes da pousada, entre as conversas que acontecem na mesa do café da manhã, de que chegar na Pedra Furada era a maior “furada”, já que a caminhada incluía uma subida íngreme no meio dos dois serrotes (morros) entre a vila e o mar no retorno do passeio. Consultamos a tábua de marés, e nosso plano era caminhar até a Pedra Furada pela Praia da Malhada, um percurso de aproximadamente 40 minutos praticamente todo na beira do mar; e então voltarmos pelo caminho convencional, entre os dois serrotes, no final da tarde, depois do por do sol, já que seria mais fresco, agradável.

Esta foi nossa primeira recompensa para a saga da chegada em Jeri. Ao iniciar nosso caminho até a Praia da Malhada encontramos este senhor com uma caixa de isopor sobre o ombro, caminhando em direção a praia. Ao perguntarmos o caminho para a Pedra Furada, ele disse que estava indo pra lá, vender bebidas e água de coco, e que poderíamos segui-lo. Foi assim que “encontramos” nosso guia para esta tarde. Durante todo o caminho, Adilson explicou, a maneira dele, as formações geológicas dos paredões na beira do mar e suas cavernas, respondeu a todas as nossas perguntas sobre Jeri e a vida na vila, e ainda ajudou a mãe, por diversas vezes, a caminhar entre as pedras, até que chegamos no nosso destino. Lá ele revelou os melhores pontos para fotos, e assim que permitimos ele mesmo tirou diversas fotos lindíssimas, com muita habilidade. Disse ainda que deveríamos ficar até o por do sol, e que não precisava nos preocupar, ele ajudaria no caminho de volta, já que iria para casa também. Durante 1 hora e meia que ficamos ali, contemplando a Pedra Furada e tirando fotos do por do sol, observei a forma como Adilson se afastava da sua caixa de isopor para se oferecer para tirar fotos das demais pessoas. Antes de chegarmos, perguntei porque ele carregava um par de chinelos, se não os usava. Ele disse que muitas vezes ajudou turistas, que desavisados, vem até a Pedra Furada sem proteção.

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Aguardamos o sol se por, e acompanhando os passos de Adilson, subimos morro acima com a maior tranquilidade, enquanto o céu passava da cor alaranjada para um azul violeta, lindo, lindo. Até a mãe subiu contando histórias! Depois da subida, o caminho de areia era mais um passeio onde podíamos avistar de longe toda a vila de Jericoacoara, e bem ao longe, pequenas luzes de outras comunidades até o município de Jijoca. Incrível como esse lugar é pequeno, estrategicamente localizado entre morros, o mar e as dunas. Não é a toa que muitos que vem conhecer, ficam para viver! E Adilson, nosso guia desse dia, nasceu e viveu sempre aqui… nunca saiu das 4 ruas da vila… disse que não precisava. Quase chegando a Rua do Forró, rua da nossa pousada, encontramos a família toda do Adilson, que veio ao encontro dele, para que pudessem retornar todos juntos pra casa. Conhecemos seus dois filhos, sua esposa, sua mãe e a nova cachorrinha deles, a Fiona, mas logo depois nos despedimos.

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Fomos então buscar uma outra recompensa: a gastronômica. Jeri é como o Quadrado em Trancoso, como a Praia do Forte na Bahia ou ainda como Ilha Grande no Rio: apesar das ruas de areia, há opções bem sofisticadas de restaurantes, dignas de estrelinhas em qualquer guia de viagem. Pedi ao Ricardo, recepcionista da nossa pousada, uma sugestão de restaurante de frutos do mar, e ele nos sugeriu o Tamarindo Restaurante (http://www.facebook.com/tamarindo.restaurante), localizado próximo da praça da Rua Principal, na quadra da praia, que além de frutos do mar, oferece massas, num estilo de cozinha contemporânea.

A sugestão não poderia ter sido melhor… as opções do cardápio, com mistura de camarões, manga, leite de coco, tapioca, abacaxi, etc, era exatamente o que eu e a mãe estávamos querendo. Decidimos os pratos em 2,5 minutos! Eu fui de Tamarindo Fish, um robalo assado com camarões crocantes ao molho de tamarindo e um arroz de tapioca (DIVINO). A mãe escolheu muito bem um prato chamado Aguardente, com camarões flambados na cachaça, manga grelhada e arroz com castanhas do Pará. O ambiente é muito agradável, com as mesas sob árvores altas, floridas, e todas as luminárias eram garrafas e garrafões cortados, o que ainda contribuía para harmonizar o lugar.

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Como se não bastassem todas as maravilhas deste primeiro dia em Jeri, mammys perdeu uma aposta durante o por do sol na Pedra Furada, e foi obrigada a me pagar um sorvete no Gelato & Grano (https://foursquare.com/v/gelato--grano/4f18bf82e4b0bb77e5bfa5ab), uma sorveteria italiana de primeira! Sorte minha! ;)

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Amanhã é dia de conhecer a Rota Oeste de Jeri, passando por Mangue Seco, entrando em Camocim para conhecer a vila soterrada de Tatajuda, a Vila Nova de Tatajuba e a Lagoa da Torta! Depois eu conto. :D

Um comentário:

  1. Gente, Jericoacoara é maaaaaravilhosa! e essa sorveteria sinto saudade até hoje! gente, que coisa mais divina do mundo! beijos

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