De volta ao passado: de Sydney para Santiago!

P1100478Numa linda manhã (bem cedinho, o sol nem mesmo tinha nascido), saio do Hotel Formule 1 em plena King Cross e sigo para o Aeroporto de Sydney, aliás, o imenso e moderno aeroporto de Sydney. Era somente eu numa van que percorre praticamente os principais meios de hospedagens de Sydney (um shuttle) para levar os turistas ao aeroporto, fazendo com que essa corrida fique mais econômica para nós viajantes: paguei USD 12 contra os USD 38 de táxi quando cheguei!
O aeroporto de Sydney é muito organizado, e as áreas de check-in são bem melhores aproveitadas. Enquanto não abria o check-in, pude utilizar um computador com internet inteiramente grátis, num dos totens das empresas de telecomunicações australiana, e assim conversei com a minha irmã, que estava no Brasil arrumando a mala para seguir a Santiago, onde nos encontraríamos em aproximadamente 19 horas! No Brasil era noite… e lá estava eu, amanhecendo em Sydney!

Depois do check-in, segui para a área de embarque, e aí que percebi que o Aeroporto Ezeiza em Buenos Aires tem um grande concorrente em termos de duty free! Gigante, bonito, e repleto de novidades e promoções, o duty free de Sydney é de deixar qualquer passageiro com tempo, atordoado! Aproveitei uma mega loja da Apple, onde diversos computadores, notebooks e netbooks estão à disposição do público, para continuar a ler meus emails.

O avião era um pouco menor do que o vôo em que cheguei na Austrália, até porque teríamos uma escala em Auckland, na Nova Zelândia para abastecimento, limpeza, e uma esticada de pernas preciosa! Foram quase 4 horas de viagem, quase uma hora em Auckland, e seguimos para Santiago. Como eu iria encontrar a Michelle no aeroporto, pois nossos vôos chegavam praticamente juntos (em torno do meio dia), eu precisava descansar no vôo para tentar aproveitar um pouco de Santiago no dia da chegada! Nessas horas, dica de mãe é importante: “Filha, leva esse comprimido. Ajuda a dormir.” Jantei, tomei o comprimido, earplugs, ‘veda-olhos’ e cobertor, e assim passei as próximas oito horas, dormindo! E voltando no tempo… foi a minha viagem de volta ao passado! Sai as 9h da~manhã de Sydney, viajei 17 horas, e cheguei às 11h30 da mesma manhã em Santiago! Mágica? Não, con-fuso horário!

Cheguei em Santiago eufórica e ao mesmo tempo preocupada. Esperava logo encontrar a minha irmã. Bastaram 15 minutos de intervalo e já estávamos saindo do saguão do aeroporto em busca de um táxi, afinal eram muitas as minhas malas!!

Sobre os táxis, é importante saber que em Santiago há pessoas dentro do saguão oferecendo táxi, daquele tipo que te pega pelo braço, e tenta te convencer a entrar no táxi dele, etc. Muita calma nessa hora. Eu particularmente não gosto deste tipo de abordagem. Sinto-me extremamente intimada. Mas é preciso destacar que em Santiago há pessoas dentro do aeroporto tentando captar passageiros para os taxistas lá fora, e que acabam ganhando uma pequena comissão por isso. Por esse motivo, não fique com medo, mas certifique-se de que o táxi está registrado (veja os documentos no veículo, peça informações).

Do aeroporto até o nosso Hostel Andes foi tranquilo, grande parte pela Avenida Costanera. O dia estava parcialmente enevoado, o que nos impedia de curtir a paisagem da Cordilheira dos Andes.

Ao chegar no Hostel Andes, fiquei surpresa com o estilo da hospedagem. Trata-se de um albergue todo estiloso, bem decorado, despojado, com um belo bar e mesa de sinuca no salão da recepção, com uma cozinha limpa, e uma área de refeições com belos papéis de parede. Adorei! Além disso, tem opções de hospedagem de quarto duplo com banheiro (nossa escolha), praticamente como um hotel! E por isso pagamos a bagatela de USD 58 por noite, para nós duas, com café da manhã. Isso é econômico em Santiago, uma das mais caras capitais da América do Sul. E nem comentei a localização… do outro lado da rua, bem em frente ficava o metro Bellas Artes, perfeito! Além disso poderíamos ir a pé ao Cerro San Cristóbal, Cerro Santa Lucía, Palácio de Bellas Artes, Plaza de Armas, o Mercado Central, entre outros. Um excelente relação custo X benefício, recomendo!

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Largamos as malas, coloquei uma roupa mais agradável, fazia um calor bem gostoso, e seguimos a pé, pelo bairro Providência e depois Bellavista até chegarmos na base do Cerro San Cristóbal, o mais alto de Santiago (300 m), e de onde é possível ver toda a cidade, e ainda contemplar a bela Cordilheira dos Andes. É nesta área que está o Parque Metropolitano , aberto de 10h às 20h. É o maior e mais interessante parque de Santiago. O parque abriga ainda a Casa de la Cultura, com espetáculos musicais gratuitos e o Observatório Astronômico da Universidade Católica. Outras opções de entretenimento são o Zoológico municipal com centenas de espécies animais a serem observadas, e as duas piscinas, abertas ao público. Também vale a pena conhecer a Enoteca, onde se podem degustar os saborosos vinhos chilenos, e o Jardim Botânico, que cultiva inúmeras espécies nativas do país. O Parque Metropolitano é cortado por uma linha de bonde, denominado Funicular, e por um teleférico que leva até a área das piscinas públicas.

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Infelizmente o tempo não estava inspirado, e a Cordilheira parecia envergonhada… Mal pudemos perceber os picos nevados. Mas tivemos lá nossa primeira empanada chilena, e tudo bem, era a primeira tarde, e teríamos ainda alguns outros dias! Descemos do cerro pelo mesmo funicular, e ali pertinho da entrada do parque, caminhamos pelas belas ruas residenciais do bairro Bellavista, até chegarmos em uma das casas do grande Poeta, Pablo Neruda, chamada La Chascona. Essa casa foi adquirida por Neruda para que pudesse continuar seu romance clandestino com Matilde:

“Allí reencuentra a Matilde Urrutia, con quién había tenido un fugaz romance años antes en Santiago. Este amor clandestino continuará en Europa, donde ocurre esa ya mítica estadía en Capri, y seguirá cuando vuelve a Chile en agosto del año 1952. Los entreveros de este amor precisaron de un sinnúmero de estrategias y redes de protección que construye Neruda para que esta relación se mantenga en secreto, y una importante es la compra de una pequeña casa en los faldeos del cerro San Cristóbal, en el barrio Bellavista, un barrio cercano al centro de la ciudad, pero separado por el río Mapocho, barrio que siempre mantuvo una identidad de pueblo aparte, especialmente tranquilo, lugar de talleres de artistas y con un halo bohemio –hoy es eso, pero en el modo atractivo turístico– y muy lejos del que era su domicilio oficial, la casa de Michoacán. Neruda bautizó esta nueva casa como La Chascona –palabra quechua que significa “pelo desordenado” o “despeinada”, de uso común en Chile– uno de los apodos con que el poeta se refería a Matilde.” Fundación Pablo Neruda

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A casa museu é linda, e conheci características deste escritor que não conhecia: um colecionador de garrafas, copos, etc; um festeiro, adorava receber os amigos, e fazia questão de ter diversos bares em sua casa, assim como grandes mesas, elegantemente postas para oferecer aos seus convidados belos almoços e jantares; um amante, apaixonado pela poesia, pelos encantos do mar, e por boas bebidas! Esta casa museu (pois no total são 3: uma em Santiago, uma em Valparaíso, e uma em Isla Negra) é bem administrada pela Fundación Pablo Neruda, e a visita aos ambientes é guiada, e detalhadamente apresentada por um guia muito gentil. Vale a pena o passeio!

Depois foi hora de um café próximo do hostel para nos prepararmos para nosso primeiro jantar! E é claro que eu já tinha uma indicação gastronômica: Vietnam Discovery! Li na revista a bordo do vôo da Lan de Sydney para Santiago, e me senti atraída pela descrição do crítico. E lá fomos nós…

Caminhamos algumas quadras para dentro do Bairro Bellavista. Estávamos saindo da área onde as quadras eram bem iluminadas, e por um segundo fiquei preocupada sobre a localização do restaurante, já que estávamos a pé. Mas não demorou, na quadra seguinte estava esse “achado”. O restaurante (ideia de 3 sócios) começou como um delivery de comida vietnamita, mas não durou muito. Os clientes fizeram tanta pressão que os proprietários se viram na obrigação de adquirir um pequeno espaço anexo para poder atender os clientes ali mesmo. E capricharam. O lugar é uma graça, decoração impecável, e atendimento de primeira. Demos sorte de chegar cedo, pois havia apenas uma mesa, que estava reservada, mas chegariam as 22h! Foi um jantar delicioso! De entrada fomos nuns camarões empanados num molho delicioso com amendoim (Tôm Chiên). De prato principal, algo bem oriental: massa de arroz com diversos legumes e verduras (Bò Bún Cha Giò)! Fez sucesso, e recomendo! A conta toda saiu por aproximadamente C$17 mil, que convertido daria algo em torno de R$ 60.

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Olha as nossas caras de felizes! Será que por estar viajando ou comendo?? Sei de alguém que diria: ‘… comendo’! :)

Um comentário:

  1. opa!!! minhas primeiras fotinhos no blog!! hehehe!! quero ler mais sobre nossa viagem!!! tava tudo muito bom e muito lindo!! amei!! tb recomendo!!bjos!!

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