Na Casa de Praia, de olho na maré! E muita paz!

DSC05105Para se estar bem na Praia do Forte, eu resumiria as minhas dicas para este destino paradisíaco do litoral bahiano, em três itens (poucos mas relevantes!):

 

1) Programe-se em relação a tábua de marés.

2) Vá para lá com reserva de hospedagem garantida; e

3) A Praia do Forte é um local para descanso, tranquilidade, sem grandes agitos… mas MUITAS crianças! Por isso, entre no clima!

Simples assim, mas vamos começar pelo começo.

Olhar a tábua de marés? Pra quê? Você deve estar se perguntando… mas a Praia do Forte, tem como seu ‘forte’, as belas piscinas naturais que ficam a poucos passos da vila, repletas de peixinhos, ótimo para quem quer fazer um snorkel divertido, bem facinho, a poucos passos da areia.

MAS para acessar essas piscinas naturais, é preciso que a maré esteja bem baixa, melhor ainda quando está seca - o nível mais baixo que uma maré pode alcançar. Isso acontece em dois momentos do dia, de acordo com os movimentos das marés (no final deste post há maiores explicações sobre o assunto).

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Como a maré depende da latitude, do posicionamento da lua e do sol, seu movimento é bem diferente lá na Bahia, dos movimentos de marés registrados aqui em Santa Catarina. Na Bahia há muita variação, e o mais importante é saber que o horário da maré baixa e alta sempre muda no decorrer dos dias. Lá na Praia do Forte há duas marés baixas por dia, que ocorrem em intervalos de aproximadamente 12 horas. Os meios de hospedagem geralmente divulgam a tábua de marés para que todos possam se programar e curtir melhor a praia.

Logo, de nada adianta uma maré baixa às 6h da manhã (muuuito cedo) e as 18h (quando o sol está se pondo), por isso cheque a tábua de marés antes de viajar e escolha uma semana em que as márés baixas irão ocorrer em horários confortáveis para curtir as piscinas naturais, como no meio da manhã ou da tarde (evitando principalmente os horários de sol a pino). Você pode checar a tábua de maré em vários sites na internet. Seguem dois que utilizei para consultar: Marinha Brasileira e Climatempo.

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Bom, estando esta primeira tarefa cumprida, agora já se pode escolher o meio de hospedagem para curtir o paraíso. A Praia do Forte não é como Porto de Galinhas, com centenas de pousadas e hotéis. Assim, sugiro realizar a reserva da hospedagem antecipadamente independente da época do ano: na baixa temporada você reserva antecipadamente  para conseguir um bom desconto; e na alta temporada você faz o mesmo, porém com o objetivo de garantir seu quarto!

Uma ótima sugestão para sua busca por meios de hospedagem é o site oficial do lugar: http://praiadoforte.org.br. Ali é possível conhecer as hospedagens divididas em categorias, das mais simples até as mais sofisticado. Além disso, o site contempla todas as informações necessárias para passeios, gastronomia, etc. Uma fonte de informações importante!

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Nesta viagem optamos por repetir a pousada na qual me hospedei em 2006, quando conheci a Praia do Forte. Ficamos na Pousada Casa de Praia, localizada na rua paralela ao calçadão da vila, por isso muito tranquila. Além disso, a pousada está a poucos passos da praia, da Igreja em frente ao mar e do Projeto Tamar. Eu até arriscaria afirmar que não há localização melhor. A construção é bem arejada e grandes árvores na frente da pousada são responsáveis por uma sombra agradável, perfeita para um descanso após um dia de praia e sol forte. Os quartos são amplos, o atendimento é atencioso, toda a comunicação estabelecida com a pousada e o processo de reserva pela internet foram muito simples. O café da manhã é maravilhoso. Muitas frutas, muitos sucos naturais, muitos produtos com tapioca (AMO), inclusive muitos deles feitos na horinha, bastando pedir. A pousada conta ainda com serviço de restaurante das 12h às 21h. Nós provamos uma moqueca de peixe no dia em que chegamos, muito saborosa! Com relação aos preços praticados, para um quarto duplo com ar condicionado e café da manhã, pagamos R$ 200,00 a diária. Para garantir nossa reserva, pagamos antecipadamente 50% do valor total da hospedagem, com cartão de crédito  através da internet.

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A minha última dica para curtir este lugar é estar preparado para uma aventura em meio a crianças, dezenas, centenas, bebês de colo, aprendendo a andar, correndo por todos os lugares. Não é tão assustador quanto parece, na verdade pra nós foi bem tranquilo. Apenas sugiro levar isso em consideração ao cogitar a Praia do Forte para suas férias. Por ser uma vila pequena, organizada, gostosa de percorrer a pé, bastante segura, com uma orla de mar tranquilo, piscinas repletas de peixinhos, e o Projeto Tamar com suas tartarugas fofas, a Praia do Forte é um ‘prato cheio’ para os pais que procuram conciliar descanso de sua rotina com uma opção de entretenimento para seus filhotes. Curta a tranquilidade deste recando bem familiar!

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Entenda como são formadas as marés e sua influência na navegação (entrevista Globo Ciência)

David Zee, professor de Oceanografia da UERJ
A Teoria da Gravitação Universal de Isaac Newton, publicada em 1687 na sua obra "Principia", serviu para explicar muitos fenômenos naturais, dentre eles a formação das marés, que é influenciada diretamente pela força gravitacional da Lua. O
Globo Ciência desta semana mergulhou fundo no tema para saber como acontecem esses movimentos nas águas dos oceanos e que tipos de marés existem, além dos benefícios que trazem para a navegação. Conversamos com o oceanógrafo David Zee, doutor em Geografia Ambiental e professor da Faculdade de Oceanografia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), que nos ajudou a desvendar como esse fenômeno ocorre.

Como funciona o movimento das marés?
- Basicamente, a maré funciona por meio da atração gravitacional das massas. A Lei da Gravitação Universal diz que os corpos se atraem na razão direta de suas massas e na razão inversa do quadrado da distância que os separa. Ou seja, a força gravitacional é resultante da massa de um corpo vezes a massa de outro corpo, dividido pela distância que as separa. No caso das marés, temos a massa da Lua atraindo a massa de água da Terra. Como a água é fluida, uma protuberância praticamente acompanha a trajetória da Lua devido à força gravitacional. Quando a Lua desaparece, a maré desce.

Há outros fatores, fora a gravidade da Lua, que influenciam nas marés?
- Podemos dizer que um ator secundário nesse fenômeno seria o Sol, pois ele também atrai a massa de água da Terra. Além disso, há outros fatores, como a topografia de uma costa, por exemplo. Ou seja, os contornos continentais também possuem uma influência local na propagação na maré. No mar, a maré é considerada uma onda, só que com um período maior, de cinco horas de duração.

Existem tipos diferentes de marés?
- Quando o Sol e a Lua ficam alinhados, um na mesma direção do outro, por exemplo, a amplitude da água é maior, e essa maré chamada de Sizígia. É preciso lembrar que a amplitude da maré é a relação entre a máxima e a mínima altura da massa de água. Quando o Sol e a Lua estão em quadratura, um a 90º do outro, ou seja, um a leste e outro ao norte, por exemplo, aí acontece a Maré de Quadratura. Tanto o Sol atrai de um lado como a Lua de outro.

As fases da Lua influenciam os movimentos das marés?
- Com certeza. Quando a Lua está Crescente, Nova, ou Cheia, é sinal de que ela está alinhada ao Sol, é quando ocorre a Maré de Sizígia. Quanto a Lua está em Quarto Minguante, ou Quarto Crescente, aí temos a Maré de Quadratura. O grande “x” da questão é aquela equação que citei anteriormente sobre a força gravitacional. A massa da Lua é muito menor do que a do Sol. Entretanto, a Lua está bem mais próxima da Terra. Ou seja, temos nessa relação o quadrado da distância influenciando diretamente. Sendo assim, basicamente, quem comanda as marés é a Lua, tendo o Sol como ator secundário nesse processo. Isso não quer dizer que os outros astros também não influenciem nas marés, incluindo planetas como Vênus, Mercúrio e Marte.

Como o movimento das marés influencia nas navegações?
- Existem correntes geradas pelas marés. Quando a maré está em alta, há um fluxo de água em direção à costa. Já quando a maré está em baixa, há o movimento contrário, de fluxo de água para os oceanos. Para se ter uma ideia, na Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, onde temos um fluxo enorme de navios, as marés ajudam no deslocamento dessas embarcações para a entrada, ou saída da baía. Quando a maré sobe, há um fluxo de água para o interior da baía. Por outro lado, quando a maré baixa, há o sentido contrário das águas, ou seja, um esvaziamento da baía, deslocando os navios para fora dela.

Até quantos centímetros um mar pode subir na maré alta?
- Depende muito da localidade. No Rio de Janeiro, por exemplo, a Maré é Sizígia é em torno de 1,20 metros. Em Belém do Pará e no Maranhão, chega a oito, ou nove metros. A altura da maré é a diferença entre a maré mínima e a maré máxima. Existe locais em que o período de tempo entre a máxima e a mínima da maré é de 12 horas, chamada semidiurna. Há também a maré diurna, em que a máxima e a mínima ocorrem em um período de 24 horas.

Um comentário:

  1. Olá! Já fui duas vezes a praia do Forte, com e sem criança. Não consegui gostar... Achei a praia ruim de aproveitar, com pedregulho e etc.

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