Los Roques I : planejamento, reservas e moeda

P1130290A primeira vez que vi uma foto das águas translúcidas de Los Roques foi numa revista de companhia aérea. Acredito que tenha sido quando retornávamos de um tour pelas cervejas europeias em 2008 (que infelizmente não está aqui no blog ainda!). Mas a reportagem não chamou muito atenção, aliás, a impressão que tive é que se tratava de um destino elitizado, daqueles difíceis de chegar e por este motivo sequer ‘googlei’ Los Roques!
O arquipélago voltou à tona quando comecei a ler diversos blogs de viagem na internet e estava começando o meu. Foi no blog do Ricardo Freire, o Viaje na Viagem que relembrei o lugar, uma vez que a imagem da praia e a famosa boia amarela, símbolos do site, é uma das fotos que Ricardo tirou em Los Roques, na sua primeira expedição!
Desde então passei a ler sobre as ilhas, as pousadas, os passeios, e como chegar lá. No próprio blog do Ricardo Freire, há muitos posts interessantíssimos sobre o lugar, com as dicas muito preciosas, principalmente porque nos comentários de cada post, há muita informação útil. Veja os posts de Ricardo Freire aqui.
Outras fontes importantíssimas foram os blogs de Marcelo Lemos e do Breno B, com uma seleção de posts repletos de informações e dicas. Se você deseja visitar Los Roques, não deixei de acessá-los aqui e aqui, respectivamente.
Não pretendo aqui abordar detalhes tão minuciosos como esses experts acima fizeram, mas contar nossa experiência, as situações que encontramos, e como lidamos com passagens, hospedagens e moeda. Mas antes disso, queria reproduzir um texto curto de Bruno Vilaça, publicado em outubro de 2006 sobre Los Roques, nos antigos arquivos do Viaje na Viagem, mas que já deixava bem claro o tipo de destino que Los Roques é. Quem pretende visitar a ilha precisa refletir bem se o sossego desse arquipélago quase desconectado do mundo será mesmo a sua praia!
Los Roques é um destino para poucos. Não, não digo pelo fato de ser relativamente caro ou desconhecido, mas particularmente eu teria muito cuidado para recomendá-lo a quem quer que seja sem antes conhecer bem seu perfil. Pra começar definiria Los Roques como um anti-Caribe. O Caribe ali se resume ao azul-calcinha do mar e do branco-omo da areia - e ponto.
O paraíso caribenho de Hugo Chávez leva altas doses de rusticidade e ócio, o que pode ser uma combinação explosiva – para o bem ou para o mal. A vilazinha pode parecer tipicamente charmosa para uns e decepcionantemente caótica para outros. Para o jovem casal mochileiro italiano a falta do que fazer pode ser estimulantemente romântica, mas para a família alemã o sentimento parecia ser completamente entediante, e aquele pacote de duas noites parecia uma eternidade.
O ponto está aí - Los Roques talvez (repito: talvez) só valha a pena para quem ao escutar “mar azul cristalino” tem um siricutico nervoso de emoção e também for viajar muito bem acompanhado e em um momento de sintonia total entre os astros. Seria a típica viagem de fuga e não de busca, se é que você me entende.
Na verdade, acho que o atrativo de Los Roques é não ter atrativos. Obviamente sem levar em conta o mar azul transparente, que também não é raridade na porção boutique do Caribe, que está a não mais de meia hora de vôo dali. Se você é apaixonado por Aruba ou Curaçao, provavelmente Los Roques não é a sua praia. Ali é um lugar para não fazer nada... Pegue aquele livro imenso que você não consegue terminar, encha a mala de revistas, entupa seu i-pod de boa música e arrisque trazer seu notebook, quem sabe você terá mais sorte que eu e a internet-wireless-pé-na-areia de Madrizky esteja funcionando? (Bruno Vilaça)
Outras fontes de pesquisa foram algumas publicações da Viagem e Turismo, que podem ser acessadas pelo site da VT; e o site das pousadas de Los Roques, aliás, um site eficiente para reservas on-line. Uma boa fonte para as perguntas mais frequentes estão no site do Mochileiros, com um fórum específico sobre o paraíso, que pode ser acessado aqui. E pra completar, o site oficial do arquipélago, com todas as informações em 6 idiomas (inclusive o nosso português, é claro!): www.los-roques.com. Neste site há um mapa indicando a ilha ou o caio (banco de areia) ideal para cada tipo de atividade oferecida, conforme abaixo:
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Depois de relacionar todas as informações acima, já posso garantir que organizar a sua viagem antes, realizar as reservas para os voos e a hospedagem vale muito a pena, pois os voos de Caracas a Los Roques são realizados por pequenos aviões, e com poucas vagas, o que significa grande risco de chegar a Caracas e ter que ficar esperando até o próximo teco-teco com assento disponível. Além disso, deixar para negociar as pousadas lá não me pareceu um bom negócio (e isso tiro dos relatos dos brasileiros que conheci lá e que tentaram este método, mas que não viram grandes benefícios). Negocie antes, por email, principalmente se você vai ficar mais do que 6 noites, ou se não deseja que todas as refeições sejam providenciadas pela pousada. Lembre-se que são poucos os leitos em Los Roques, e que deixar para negociar lá pode significar quarto sem ar condicionado ou mesmo ficar sem chuveiro quando a energia acaba (o que é comum!).
Documentos
Para entrar na Venezuela os brasileiros precisam apenas de passaporte válido por no mínimo 6 meses e o comprovante internacional da vacinação contra a febre amarela (vacina que deverá ser tomada com no mínimo 10 dias antes de embarcar). Não há necessidade de visto prévio, o mesmo é concedido na chegada ao aeroporto.
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Chegada à imigração do Aeroporto Internacional de Maiquetía – Símon Bolívar.
Passagens
Florianópolis/Caracas/Florianópolis
Assim como 99% dos brasileiros, usamos as nossas merecidas milhas aéreas de programas de fidelidade para chegar a Caracas, Venezuela. Quando iniciamos as pesquisas das passagens (com aproximadamente 3-4 meses de antecedência da viagem programada para a segunda semana de setembro/2011 (final da alta temporada), a Gol, através do programa Smiles já não possuía muitas opções de voos por 10 mil milhas. Já com a TAM, através do TAM Fidelidade, havia oferta de passagens para todos os dias, porém a 15 mil milhas por trecho (os valores para troca do TAM Fidelidade para América do Sul foram reajustados em julho/2011). Assim fomos com a TAM e retornamos com o vôo da Gol. Aproveito para um feedback sobre os voos: os aviões pareciam ser os mais antigos das companhias, além disso, não havia nenhum entretenimento na Gol, apesar de 6 horas de vôo, e no caso da TAM, os filmes eram exibidos naqueles pequenos televisores que descem do compartimento superior (uma dor de cabeça pra quem estava afim de assistir!). Além disso, no retorno, o vôo foi durante a noite, e a GOL não possuía travesseiros e cobertores quando pedimos, logo após a decolagem em Caracas. 
Caracas/Los Roques/Caracas
Poucas empresas realizam este trecho, como a Aerotuy (LTA) e a Chapiair, e os voos ocorrem desde cedo pela manhã, por volta das 6h30, até o último às 17h. Os tíquetes podem ser adquiridos de 3 formas: diretamente no balcão das companhias no Aeroporto Nacional de Maiquetía Símon Bolívar; nos balcões de operadoras de turismo, como a Roquemar Travel Services (info@roquemar.com ou gracegonzal@hotmail.com), que fica logo no desembarque dos voos internacionais (Aeroporto Internacional de Maiquetía Símon Bolívar); ou então diretamente através da pousada que você escolher para ficar pois eles agendam as passagens aéreas pelo mesmo preço praticado diretamente nas companhias (não vale a pena comprar apenas o trecho de ida. Mesmo que não tenha certeza de que dia irás voltar, compre a volta e pague uma pequena taxa para alterar a data caso necessário). Os valores dos voos (ida e volta) estão entre USD 200 – USD 260 (+ taxa aeroportuária de BsF 38 por pessoa que deve ser paga logo após o check in, antes de embarcar). O limite de bagagem é de 10kg por pessoa.
No nosso caso, a pousada agendou num vôo fretado, numa companhia ainda menor, o que significa um teco-teco ainda menor. Para meu desespero, na ida para a ilha nosso avião possuía apenas 1 hélice, e parecia um mix de avião, helicóptero e barco! As laterais eram todas de vidro, não tinha como não olhar o que estava lá fora… nervosismo total! Mas foi surpreendentemente tranquilo, sem muito balançar, e o vôo foi curto, de aproximadamente 30 minutos. Logo estávamos avistando as ilhas, os corais, e a pista de aterrisagem. E a aventura estava apenas começando!
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Olha a cara da Michelle!
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Já avistando as primeiras ilhas do arquipélago!
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Olha a pista de aterrisagem ali na frente! Eu disse: começa na praia e termina na praia…
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Olha o teco-teco da Chapiair chegando na ilha enquanto esperávamos por nossa saída de barco!
Hospedagem
Caracas
Os voos do Brasil chegam em Caracas após as 17h, e por isso é preciso pernoitar em Caracas para seguir a Los Roques no dia seguinte. Como os aeroportos de Caracas (pois são três: Internacional, Nacional e Auxiliar – de onde saímos no vôo fretado) ficam no município de Maiquetía, é mais prático ficar por ali mesmo, pois a ‘viagem’ a Caracas pode levar em torno de 45-60 minutos.
Como sugestão do Jaime, uma colega de trabalho, ficamos hospedadas no Hotel Catimar, localizado em Maiquetía. A vantagem era o serviço gratuito e contínuo de traslado aeroporto/hotel/aeroporto 24h. O hotel é bem simples, próximo a um balneário. Infelizmente o lugar não é dos mais bonitos: há muito lixo na rua, os carros parecem do século passado e os ônibus parecem ter saído de um museu. Mas é possível fazer a reserva pela internet sem necessidade de pagamento antecipado, a cama e o chuveiro estavam OK, o ar condicionado funcionando, havia internet gratuita e o minuto de ligação para o Brasil custou menos de R$ 1,00 (BsF 2)! Pagamos USD 50 para um quarto duplo sem café da manhã, e saímos bem cedo na manhã seguinte, direto para pegar o vôo para a ilha. Se você vai só pernoitar e não se importa com algo simples, eu indico.
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Traslado do aeroporto para o Hotel Catimar em veículo próprio e novinho.
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Recepção do Hotel Catimar
Los Roques
Atualmente, na Gran Roque (principal ilha do arquipélago), há aproximadamente 70 pousadas, com algo em torno de 400 leitos. Você até pode pensar em ficar em algo bem simples, já que irá para a pousada apenas para dormir, mas há algumas coisas importantes para se levar em consideração quando se trata de hospedagem em Los Roques. Em primeiro todas as pousadas são rústicas, você não encontrará hotéis, elevadores, piscinas, etc. O que realmente importa em Los Roques são: ar condicionado, gerador e localização. O local é quente, até para os padrões do nosso nordeste, então saiba que dormir somente com um ventilador pode ser um pouco desconfortável (sem contar com a presença de alguns mosquitos). Além disso, com a frequente ausência de energia (a energia da ilha é fornecida por diesel), as pousadas sem gerador sofrem mais, até mesmo para levar água aos quartos. E por último, uma dica que pode ser útil, caso você aprecie o silêncio, dê preferência para as pousadas que ficam afastadas da praça, pois é lá que com frequência acontecem festas, shows, danças de salsa, merengue, que vão até o sol nascer!
Praticamente todas as pousadas operam no mesmo estilo de pensão completa: hospedagem com café da manhã, almoço + bebidas (numa caixa térmica que seguirá com você até a ilha que escolher para passar o dia), um lanche ao voltar da praia, e por fim, um jantar ao estilo italiano ou francês com no mínimo 3 pratos + bebida alcóolica. Os passeios para as ilhas mais próximas como Francisckí e Madriskí também estão incluídos nas diárias de pensão completa. Para as demais ilhas são cobrados valores extras (que detalharei no post sobre os passeios).
Depois de muito pesquisar nas fontes descritas acima, decidimos pela Posada Guaripete, com pensão completa. Pagamos USD 120/ dia por pessoa. Meu contato foi direto através do site da pousada, e logo recebi retorno de Andrea, o proprietário italiano, que inclusive providenciou as passagens internas de acordo com nossos pedidos. Andrea nos pediu o pagamento de 50% do valor referente hospedagem + passagens internas, que poderia ser feito através do Pay-pal ou uma remessa para o exterior (como uma transferência bancária) via Western Union. Aqui destaco a necessidade de verificar os custos destas transações, pois podem fazer grande diferença quando colocado na ponta do lápis. O restante pagamos diretamente a pousada, no check-out.
Se decidíssemos por pagamento através de Pay-pal teríamos que pagar uma taxa extra de 4% para pousada. Além disso, o Pay-pal é um serviço de pagamento com cartão de crédito, o que significa mais 6,5% de taxas de IOF. Antes de realizar o pagamento consulte o seu banco para verificar a possiblidade de remessa para o exterior e o custo disso.
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Guaripete é o nome deste lagartinho preto que é encontrado em praticamente todas as ilhas do arquipélago, principalmente quando a gente abria a caixa térmica com as comidinhas!
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Entrada da Posada Guaripete
Moeda
Como já mencionei antes, a moeda da República Bolivariana de Venezuela é o Bolívar Forte (BsF). São cédulas de 2, 5, 10, 20, 50 e 100, todas coloridas, como as nossas. As moedas de 0,50 e 1,00 ainda circulam, mas não são abundantes, pois valem pouco.
Como resultado de fatores político-econômicos, na Venezuela o câmbio negro paga o dobro do câmbio oficial. Ao chegar no aeroporto, com receio de trocar a moeda no câmbio negro, decidimos trocar USD 100 para pagamento das primeiras despesas (taxas de embarque aeroportuária, taxa de entrada no parque nacional, etc) em um balcão de banco. Conseguimos a uma taxa de BsF 3,96. Ao sairmos na área de desembarque, localizamos o funcionário do Hotel Catimar, e com ele um senhor que estava trocando dólares para outros viajantes numa cotação de BsF 7,70. Eu ouvi inclusive pessoas trocando por BsF 8,00 para cada dólar americano.
Minha sugestão é que tenham muito cuidado na hora de realizar a troca da moeda. Importante ressaltar que o risco é receber notas de dólares falsas, uma vez que não valeria a pena falsificar notas de bolívar forte pois valem muito pouco. Faça a primeira troca para pagamento daquilo que seja inevitável para os primeiros momentos, depois conte com a indicação da hospedagem para realizar uma troca de moeda mais vantajosa. Ou se preferir, fique com os dólares, pois todos os aceitam, e o recebem na cotação do câmbio negro.
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São poucos os lugares que recebem pagamento em cartão de crédito ou débito. No arquipélago é melhor realizar os pagamentos em dólares ou bolívares. Caso os recursos acabem, há um pequeno banco na praça de onde é possível sacar da conta corrente e do cartão de crédito com cartões Mastercard (saiba as taxas sobre estes serviços neste post explicativo da Melhores Destinos), mas lembre-se que estas transações acontecerão no câmbio oficial!

3 comentários:

  1. Olha só.. depois de qse um ano que vc publicou esse post, é que encontro ele.
    Fico feliz que os meus posts tenham auxiliado no planejamento da sua viagem. Los Roques é lindo, né?
    O ruim é que, depois dele, qualquer praia fica feia ;)

    Ah, e meu blog agora mudou de nome e endereço. O link acima está direcionado pro endereço novo, mas se puder mudar, agradeço :)

    http://acrosstheuniverse.blog.br/categoria/destinos/caribe/los-roques/

    Abraços e boas viagens para todos nós ;)

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  2. Oii Marcelo!
    Los Roques é incrível né? Estou pensando em marcar uma segunda viagem pra lá! E pode deixar, já arrumei o link! Obrigada pela dica!
    Um abraço!

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