Os Cânions Catarinenses: Trilha do Rio do Boi

P1010382Este post é dedicado a mais uma viagem bem antiga inesquecível! Aliás, algumas viagens inesquecíveis, que fiz a um dos lugares mais especiais que visitei.

Faz parte das viagens da minha vida, e acabou sendo responsável por uma série de escolhas que acabei realizando ao longo dos últimos anos. Aliás, essa historinha completa, das minhas viagens, escrevi poeticamente lá no site!

Este é daqueles lugares que quando visitamos, sentimos uma energia tão boa, que logo desconfiamos haver uma conexão muito mais profunda do que a mera coincidência de ter escolhido como destino para uma simples viagem de férias. E vou explicar o motivo, até porque eu teria que ter um para justificar as dezenas de viagens que realizei pra lá num certo período da vida!

Praia Grande, município catarinense localizado na fronteira com o Rio Grande do Sul, surgiu no meu ‘mapa de viagens’ em 2002. E foi por acaso. Eu estava recebendo em minha casa uma família de americanos, com quem eu havia morado 6 meses na Califórnia, para que eles pudessem conhecer um pouco do Brasil e da minha família. Apesar de californianos, essa família não curte tanto a praia, e sabendo disso, eu estava desesperada por encontrar outros atrativos turísticos para entretê-los durante 30 dias. Meu colega de trabalho (grande amigo Vidal, cujas origens de família estão na Serra Catarinense), logo recomendou visitar o Cânion Itaimbezinho. Cânion? Aqui em SC? Que cânion??

Assim começou... pesquisas na internet, em revistas, e em pouco tempo eu simplesmente conheci uma parte de SC que jamais tinha imaginado existir! A data escolhida foi justamente após o Natal, até a véspera do Reveillon, para que pudéssemos curtir uns dias em meio a natureza, praticando caminhadas, banhos de rio, cachoeiras, etc.

Praia Grande fica a aproximadamente 290km de Florianópolis, fácil de chegar, como mostra esse mapa.

Acesse o mapa no Google Maps

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Na época ficamos hospedados na Pousada Vale Verde, uma pequena casa de sítio com alguns quartos, localizada na área rural do município, com uma belíssima vista para a parede de encostas que formam os diversos cânions da região. Isso mesmo, são diversos cânions. O Itaimbezinho é apenas um deles, o mais famoso claro, mas há outros. Infelizmente a Pousada Vale Verde não está mais atendendo, mas se vocês precisarem de qualquer informação sobre a cidade e os cânions, vá direto ao site Cidade dos Canyons e o Verdes Canyons.

Aliás, são dois parques nacionais: Parque Nacional de Aparados da Serra e Parque Nacional da Serra Geral, criados para proteger estas formações geográficas, suas nascentes e toda a biodiversidade da Mata Atlântica ainda remanescente.

' target=_blank>Conheça um pouco mais desse paraíso neste vídeo lançado recentemente na Globo Natureza!

Na época (2002), quem nos atendeu na pousada foram a Léia e o Júnior, hoje meus amigos! Eles indicaram os guias da APCE para nos conduzir aos passeios, e logo fomos marcando diversas atividades. A programação destes dias de aventura foi a seguinte (vou usar este itinerário para escrever os posts!):

26/12 - Cânion Itaimbezinho - Trilha do Rio do Boi
27/12 - Cânion Itaimbezinho - Centro de Visitantes + Cânion Fortaleza
28/12 - Vale da Pedra Branca


Cânion Itaimbezinho – Trilha do Rio do Boi

Esse foi nosso primeiro dia de contato direto com um dos cânions. Amanheceu um dia lindo, e estava bem fresquinho. Aliás, o clima daquela região ao pé da serra é sempre fresquinho no início e final do dia, e durante o verão pode ser bem quente e chuvoso!

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O Rodrigo e a Sabrina (nossos guias) estavam nos esperando na frente da catedral da cidade. Aliás, as torres da imensa igreja são referência de qualquer lugar da cidade. Fica difícil se perder!

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Após as apresentações, seguimos de carro até a entrada da trilha do Rio do Boi, trilha que percorre o interior do Cânion Itaimbezinho, numa aventura de aproximadamente 8 horas entre entrada, banhos de rio, lanche e retorno. Na entrada da trilha há uma pequena estrutura do Parque Nacional de Aparados da Serra onde pagamos a taxa de visitação (R$ 6,00 por pessoa com validade de 2 dias) e preenchemos um livro com dados de todos os visitantes. Aqui se faz um controle sobre a quantidade de pessoas que entram no parque, além da fiscalização de atividades acompanhadas de guias cadastrados e experientes.

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Depois de alguns alongamentos, e explicações básicas sobre o tipo de terreno e trilha, os guias Rodrigo e Sabrina (que estava em treinamento!) puxaram a fila, e aos poucos já íamos escutando o barulho do tão esperado Rio do Boi rolando sobre as pedras.

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Realmente o terreno é muito pedregoso. É preciso muita paciência, um bom calçado, e muita atenção. Mas posso assegurar que vale muito a pena! O visual é esplêndido.

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As atrações são diversas: há um tobogã natural esculpido nas pedras onde a gente pode ter os primeiros contatos com a água límpida do rio. Depois disso, inúmeras quedas d’águas, e muitas piscinas naturais, de diferentes profundidades.

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Foi uma delícia cruzar o rio diversas vezes para poder caminhar sobre a margem mais seca e segura. O rio faz um desenho perfeito entre as paredes, que sempre muda a cada tromba d’água. Por isso o interior de um cânion pode sempre estar diferente, sempre mostrando algo diferente!

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Depois de 4 horas de caminhada, paramos num ponto estratégico para contemplar as paredes mais fechadas do cânion, e assim fazermos um lanche para reunir forças para voltarmos a mesma trilha. Neste momento os guias preparam uma bela explicação da formação geológica deste tipo de relevo, e contam um pouco da história da região, dos parques e da cidade. Momento importante para conhecer de verdade aquilo que se contempla.

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O retorno é de total contemplação da paisagem, e quando se menos espera, já estamos de volta aos carros. Depois de todo longo esforço há sempre uma recompensa… no nosso caso foi um belo café rural, lá na casa do Sr. Valmor. O Café Rural fica justamente no caminho entre a cidade e a entrada da trilha, e pode ser reservado quando você estiver indo pra lá. Vale a pena, porque além das espigas de milho quase doces, do caldo de cana divino, e das bananas verdes fritas preparados pela família do Sr. Valmor, ele traz seu chimarrão e vem contar histórias daquela região.

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Bom, depois de tanto exercício, e de uma bela refeição, nos restou descansar, porque no dia seguinte haviam outras trilhas!

Abaixo seguem outras informações do Cânion Itaimbezinho disponível no site da Operadora Verdes Cânyons:

TRILHA DO RIO DO BOI – CANYON ITAIMBEZINHO


Escavado pelas forças da natureza, o canyon é uma enorme garganta que guarda cenários deslumbrantes em seu interior. As inúmeras cascatas, as piscinas naturais e os paredões gigantescos, cuja beleza faz valer a pena o esforço da caminhada e tornam o ser humano insignificante diante de tamanha grandeza.

A caminhada é realizada em algumas partes por trilhas na mata e em grandes trechos pelo leito do rio formado por seixos rolados, onde são realizadas diversas travessias no Rio do Boi, proporcionando em diversos pontos banhos de cachoeiras e nas piscinas naturais. Chegando ao interior do canyon Itaimbezinho em meio aos paredões de aproximadamente 700 metros de altura.

Aberto de quarta-feira a domingo.

Distância de Praia Grande: 12 km   /  30 min.

Aprox. 6 a 7 horas de trilha.

Percurso: Estrada de chão até guarita do Parque  

O QUE LEVAR: CPF, RG, roupas confortáveis p/ caminhada (nunca jeans), calçados (tênis ou bota de caminhada c/ meia) roupa p/ banho no rio, roupa e calçado reserva para trocar no retorno da trilha, mochila pequena de costas, toalha, boné, filtro solar e repelente, máquina fotográfica, capa de chuva e lanche (sanduíches, frutas, bolachas, chocolate e uma garrafa de água)

IMPORTANTE: é uma aventura ecológica no meio da natureza para pessoas a partir de 12 anos c/ bom condicionamento físico.

Obs.: A trilha não percorre todo o interior do canyon. A caminhada chega até um ponto estabelecido pela direção do Parque, próximo aos paredões mais altos.

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